Os Brasis em São Paulo
Os Brasis em São Paulo é uma residência cultural e artística que aconteceu entre os meses de junho a novembro de 2016, com o objetivo de revelar mestras e mestres da cultura brasileira que vivem em São Paulo. A nossa intenção foi criar uma metodologia de vivências e trocas para pesquisar e compartilhar outras biografias brasileiras, para contar outras nossas histórias.
Na programação, oficinas de pesquisa e narrativa para selecionados e também palestras e exposições abertas para o público.
Criado pela pesquisadora Mayra Fonseca e pelo fotógrafo Rafael Stedile, Os Brasis em São Paulo foi realizado pelo Projeto Brasis: uma central de conteúdos e rede de projetos que existe para estimular o autoconhecimento do Brasil de forma propositiva, uma iniciativa para destacar o potencial transformador da nossa diversidade cultural.
Em uma cidade que surgiu de encontros de pessoas em trânsito pelo território e que cresceu pela troca de objetos e jeitos, a dicotomia centro X periferia ainda distorce o nosso olhar sobre com quem podemos aprender.
O que acontecerá ao propormos uma inversão da lógica do repertório criativo e convidarmos a cidade a olhar, reconhecer e aprender com seus mestres?
Durante cinco finais de semana, entre os meses de junho a outubro de 2016, oito criativos selecionados via edital aberto, viveram com a rede do Brasis, um trajeto de formação com palestras e oficinas sobre outras histórias brasileiras e linguagens para contá-las. Tudo isso para inspirar a co-criação de um projeto artístico (com intervenção urbana, exposição no Red Bull Station, audiovisual e conteúdo em plataforma digital) para celebrar e destacar a vida e obra de quatro mestres da cultura brasileira residentes na cidade de São Paulo.
4 histórias de mestres da cultura brasileira em São Paulo +
5 finais de semana: de junho a outubro de 2016 +
8 criativos selecionados, em edital aberto, para co-criar com o Brasis
=
Conteúdo em plataforma digital
Audiovisual
Intervenção urbana
Exposição no Red Bull Station
A equipe de pesquisa do Brasis selecionou quatro mestres de cultura brasileira que vivem em São Paulo como protagonistas do festival: o propósito de Os Brasis em São Paulo é contar as histórias desses patrimônios vivos em um projeto artístico multimídia.
Nega Duda
Mulher, negra, nascida no dia 13 de maio, no Recôncavo Baiano. Foi depois – e por causa – de algumas rodas e muita labuta que ela se mudou para São Paulo: para contar, na voz e no corpo, a história dos seus; para difundir a cultura de seus antepassados. A música é seu fazer, a oralidade é seu saber. Nega Duda é uma das principais vozes do Samba de Roda do Recôncavo na capital paulistana.
Graça Reis
A mais velha da Família Menezes em São Paulo, Graça faz e toca caixa, faz Festa do Divino, ensina aos mais novos como tecer comunidade. Do Maranhão para cá, ela e sua família trouxeram fé, história e tempero: entre vários de seus fazeres, o conhecimento do que é fazer comida maranhense. No Morro do Querosene, região do Butantã, ela é reconhecida como uma das principais festeiras que organizam as celebrações brasileiras do lugar.
Carlão do Peruche
Sabedor da tecnologia do Jongo, fazedor de Samba de Pirapora. Homem negro que canta e leva o Samba pelas ruas dessa sua grande cidade que é São Paulo. Foi com seu pai e seus mais velhos que ele aprendeu que o canto e a cuíca são poderosas ferramentas para amplificar a voz do seu povo: da Zona Rural à Velha Guarda do Peruche. Um dos últimos remanescentes do Samba de Pirapora.
Pedro Macena
Indígena Guarani desses que andaram pelo Sul, com histórias de antepassados por lá. Pedro Luiz Macena é Mestre de sua cultura – é ele quem ensina saberes e fazeres ancestrais para as crianças na Aldeira do Jaraguá, no município de São Paulo, como também para não-indígenas. Educador cultural e também espiritual, seus guias são a natureza e a simplicidade.
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A realização de Os Brasis em São Paulo foi possível graças ao apoio da Red Bull Amaphiko, uma plataforma que existe para acelerar projetos com foco em mudanças sociais.